terça-feira, 30 de março de 2010

Aonde foi parar a nossa verdade?

Uma das coisas mais peculiares em minha personalidade é meu poder de observação. Por mais bobo que possa parecer o assunto, sempre observo as atitudes e a fala das pessoas com muita atenção. Hoje vi uma reportagem sobre como se comportar e agir diante de uma situação complicada ou promissora; falou-se sobre entrevistas de emprego, atitudes em relação às pessoas na sociedade, relacionamentos. O que pude notar é a extrema padronização que estamos sendo submetidos pelos outros. Simplesmente estamos deixando de ser nós mesmos ou não somos capazes de emitir uma opinião ou um contra-senso por inibição. E isso ocorre tanto na esfera intelectual como na esfera de nossos relacionamentos.

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Quando estava no colegial, possuía um professor de física chamado Milton Abrantes Jr.;ele simplesmente puxava toda a atenção dos alunos; todos o admiravam, isso fazia com que fosse mais fácil seu controle sobre a sala, para logo depois pronunciar sua palestra. Nunca soube se ele disse uma grande besteira, já que eu também ficava, de certa forma, inibido de opinar. “Contudo, nossa admiração e adaptação não poderia criar um clima de tal confiança a ponto de nos impedir de discernir e vir a ‘engolir’ certas besteiras sem contestação? Já pararam pra pensar nisso?”

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Inúmeras vezes observo a alteração no comportamento das pessoas para simplesmente serem aceitos ou melhores observados por um grupo ou pela sociedade. Acontece que a grande maioria simplesmente muda sua personalidade em função dos demais. A sociedade convencional dificulta sobremodo o pensar diferente. A padronização do homem conduz a mediocridade. Ser diferente do grupo ou resistir ao ambiente não é fácil, e não raro é arriscado, porque adoramos o bom êxito (Jiddu K. adaptado).

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Ser o que é se tornou tão difícil que não sabemos sequer quem na verdade somos. Falamos muito bem sobre comidas, pessoas, carros, empregos, casa, mas geralmente poucos falam sobre si mesmos. Simplesmente não sabe o que falar, pouco se conhecem. Conduzimos nosso mundo em uma espécie de piloto automático, onde fazemos o nosso dia-a-dia sem parar pra pensar onde nossas atitudes podem estar nos levando.

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Agora pensem bem: Em todas as vezes em que você deixou de ser você mesmo, o que isso lhe trouxe de real satisfação e felicidade? Somente teremos a real consciência quando agirmos de acordo com o que realmente somos, e não é difícil. Porque não podemos levar nossas vidas com serenidade espontaneidade e sinceridade? Como poderemos evoluir sem colocarmos nossas atitudes pensamentos e sentimentos em primeiro lugar? A dificuldade para realizar uma mudança é tanta que só de pensamos no fato já estamos antecipadamente julgando nossa real personalidade com uma série de pensamentos que na verdade nos foi imposto.

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Porfim, porque não tentar agir de acordo com o que a gente é? Se fizermos isso sem conclusões a nós mesmos em uma opinião pré-formada, certamente haverá uma enorme descoberta em nossos próprios mecanismos.

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A verdade é o mais importante e, principalmente, a SUA verdade!

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