quarta-feira, 23 de junho de 2010

Qual é o preço da felicidade?

Em uma entrevista para uma emissora norte americana, Osho foi questionado da seguinte maneira: Porque não simplesmente dar a felicidade, porque precisamos necessariamente vendê-la? “Não, porque algo que é simplesmente dado nunca é pego por ninguém. Quanto maior o preço, tanto melhor, pois assim pagarão e guardarão em seus tesouros. Dê grátis e não terá valor, porque as pessoas não entendem o valor até que tenha um preço”. Após essa genial resposta de Osho, comecei a fazer algumas observações sobre certas coisas que de início parecem ser fúteis ou desprezíveis em nossas vidas, mas que são fundamentais para que alcancemos nossos objetivos, conquistemos nossa felicidade e observemos com mais apreço as coisas e pessoas ao nosso redor.


Realmente, através desses questionamentos, percebemos que as pessoas não sabem de valor, mas apenas de preços. Somente após muito esforço, perda e qualquer outro tipo de desgaste que passamos a interpretar “as coisas como são” e/ou a nossa realidade de uma nova maneira, já que só paramos para pensar apenas quando o momento nos exige a introspecção e reflexão, caso o contrário, sequer observamos ou agradecemos algo ou alguém.


Em sua passagem pela Índia, Alexandre foi questionado por um sábio que lhe perguntou o quanto ele seria capaz de pagar por uma garrafa de água se ele estivesse em um sedento deserto. “A metade de meu império”, afirmou Alexandre. Não satisfeito, o sábio ainda não venderia até que pagasse o império todo. “Por que eu deveria vender? Se essa é uma indicação de que se eu esperar um pouco mais o cliente vai sentir mais sede e irá me pagar o império todo”. E Alexandre concordou que seria provável que ele pagasse por inteiro seu império. Um grande exemplo do incomensurável valor daquilo que é de certa forma “gratuita”.


A felicidade é algo espontâneo, inerente, disponível para todos, mas como as coisas se tornaram muito mais difíceis através de nossos próprios pensamentos e atitudes (condicionamento psicológico identificado), acabamos vendo a felicidade como um recurso a ser a atingido, sendo uma dádiva para alguns e um objetivo para os que não a possuem. Pior ainda é que nos dias de hoje classificamos a felicidade como, segundo o célebre pensador Frei Betto, como a soma dos resultados dos prazeres: Se você comprar essa camisa, esse tênis, essa bebida e esse carro, você chega lá! Mas o pior é que dificilmente se chega, e no final acabamos notando que o buraco é mais “em baixo” do que imaginávamos.


Não existe uma etiqueta de preço em nossos pais, pessoas próximas ou em lugares que nos fazem bem, mas somente na ausência deles é que observamos a grande mediocridade de nosso ser. Pois muitas vezes deixamos o fundamental e o essencial de lado por questões como discussões, aborrecimentos e problemas.


Logicamente as pessoas preferem o mais fácil ao mais árduo, mas muitas vezes precisamos da dificuldade, da dor e do obstáculo para perceber a vida em toda sua plenitude. Mas infelizmente, para as pobres pessoas que nada valor as coisas dão, lhes chegará a hora de eles mesmos colocarem o preço naquilo que as rodeiam.


No final de tudo você irá perceber igual a mim que a felicidade, mesmo estando aí para qualquer um, somente será atingida através da vulnerabilidade e humildade, e nunca pode ser obtida daquilo que vem de fora. A felicidade é simplesmente um resultado de um estado de harmonia; estado de espírito ligado a forma de levar a vida.


A felicidade somente pode acontecer para o todo, nunca para a parte.
Quando o todo se movimenta sem qualquer impedimento, o próprio movimento é felicidade.

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